O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), disse nesta sexta-feira (11) que "se for convocado, vai depor na CPI” do caso Cachoeira.
De acordo com o assessor de imprensa do governador, Isanulfo Cordeiro, Perillo irá prestar todos os esclarecimentos que forem necessários sobre a venda de uma mansão para o bicheiro Carlinhos Cachoeira e demais assuntos.
O governador compareceu ao velório do delegado Osvalmir Carrasco Melatti Júnior, que tinha 38 anos e era o piloto do helicóptero da Polícia Civil que caiu há três dias no interior de Goiás. No entanto, ele não deu entrevistas.
A assessoria do governador reafirmou que os contratos da construtora Delta com o governo de Goiás foram auditados. Além disso, disse que servidores e assessores envolvidos nas investigações já foram afastados.
Segundo auxiliares, Perillo considera “pura ilação” a informação de que teria recebido uma caixa com R$ 500 mil dentro do palácio de governo. O dinheiro teria sido entregue pelo grupo de Cachoeira. A seus assessores, o governador disse que “essa história jamais aconteceu”.
A acusação de que a estrutura do governo de Goiás foi loteada sob influência de do bicheiro também foi refutada com veemência pelo governador, que é do PSDB. Ele disse que jamais admitiu ou permitiu influência em seu governo e afirmou que as ligações telefônicas gravadas pela Polícia Federal — em que aparecem diálogos seus com Cachoeira — estão induzido a “conclusões precipitadas”.
Em entrevista concedida hoje a uma rádio de Goiás, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), um dos integrantes da CPI do Cachoeira, disse que o governador deve se apresentar logo à comissão.
— É urgente a presença dele na CPI. A existência de uma relação próxima com a organização de Cachoeira deve ser esclarecida, e esta é uma das mais graves acusações.
O senador também comentou que Perillo terá de explicar a relação do procurador do Estado de Goiás, Ronaldo Bicca, com o bicheiro.
— Ele [Bicca] estava atuando de acordo com os interesses do Cachoeira. Também o loteamento do Detran e o envolvimento de secretários de estado devem ser esclarecidos
Depoimento
A situação do governador de Goiás se complicou depois que o delegado da Polícia Federal Matheus Mella Rodrigues falou à CPI, nesta quinta (10).
Em quase dez horas de depoimento, Rodrigues, responsável pela operação Monte Carlo — que resultou na prisão de Cachoeira, em fevereiro — revelou que Perillo é citado em pelo menos 200 ligações do grupo do bicheiro. Segundo ele, há fortes indícios de que o político tucano mantinha relação direta com o contraventor.
O delegado afirmou aos parlamentares que o governador vendeu uma casa para Cachoeira por R$ 1,4 milhão. O pagamento foi feito em três cheques, dois de R$ 400 mil e um de R$ 600 mil, entregues pelo sobrinho do bicheiro, Leonardo Ramos.
O governador vinha negando a negociação na imprensa. Segundo ele, a casa teria sido vendida a uma universidade. O delegado confirma, no entanto, que o dinheiro da venda parou nas mãos de Cachoeira. Além disso, segundo relato do policial, Cachoeira teria entregado uma caixa ao palácio do governo de Goiás com R$ 500 mil. O dinheiro foi recebido pelo assessor especial Lúcio Fiuza.
By: R7
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