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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Análise do CD "Este Lado Para Cima" - Resgate

24 anos de carreira, muitos discos gravados, êxitos, polêmicas e muita história para contar. Esta é a história da banda Resgate, uma das mais influentes no rock cristão brasileiro, tanto na década de 90, como atualmente. Desde 2010 o grupo faz parte do cast da Sony Music.

Com a saída do produtor e tecladista Dudu Borges, em 2012, o Resgate volta à mesma formação que tinha em seu início, algo difícil em um grupo de tanta estrada. O quarteto, mesmo após duas décadas e meia exala competência, qualidade e profissionalismo em seu mais novo trabalho - Este Lado para Cima - lançado na Expocristã.

O disco foi produzido por Paulo Anhaia, produtor musical conceituado no rock nacional brazuca. Entretanto ele não é novato no meio gospel, já tendo produzido trabalhos de Oficina G3 (Indiferença, 1996), Katsbarnea (Armagedom, 1995), Brother Simion (Asas, 1998) e do próprio Resgate. O projeto gráfico conceitual foi produzido por Carlos André Gomes, que já realizou encartes para Leonardo Gonçalves, Heloisa Rosa, Brenda dos Santos e vários outros músicos cristãos.

O trabalho começa de uma forma bastante positiva com Eu Estou Aqui, um hard rock moderno empolgante, com muitos riffs, lembrando um pouco a época de “On The Rock”. A letra reflexiva foge dos gastos moldes gospel que vemos por aí. “Enquanto todos fogem da Tua Guerra pra falar Teu nome em toda a terra eu estou aqui...” A força dos vocais de Zé Bruno com o fade out dos instrumentais fecham a canção de uma forma interessante. Foi o primeiro single da obra.

Eu só Preciso Acreditar traz uma sonoridade pop rock próxima à contida no trabalho anterior – “Ainda não é o Último”. Aqui o Resgate usa um refrão simples de fácil entendimento, mostrando de forma simples nossa complexa vida cristã. É uma canção boa de ouvir e, instrumentalmente, gostei muito da sonoridade da bateria.

A terceira faixa, Errando e Aprendendo é uma das melhores do repertório. Em formato balada traz as dificuldades da vida e suas lições diárias como tema. O som do assobio e do cavaco deu um destaque a mais à música.

A partir da quarta canção é perceptível o rumo e objetivo do trabalho. Mais um pop rock nacional, a canção O que não precisa traz uma letra simples, porém bastante objetiva e reflexiva. Gostei dos riffs da faixa.

Mais uma vez no clima hard rock é ouvida Em Nome de quem? onde o grupo realiza um questionamento e ao mesmo tempo uma crítica às atuações humanas e a forma “endeusada” que muitos levam a vida. É contagiante a condução vocal de Zé Bruno, os riifs das guitarras “sujas” e a rapidez da bateria.

Uma série de antíteses, algo bastante usado em certas músicas do Resgate, são as frases contidas em Fora do Sistema. “Eu quero estar louco, eu quero estar certo, fora do sistema, longe eu caminho mais perto”. No instrumental há um bom casamento das guitarras com o violão que substituiu o som do teclado contido nos discos anteriores.

Mas a melhor canção do disco, talvez até dentre todos os trabalhos do Resgate, é Eles Precisam Saber. Aqui o grupo critica a forma com que o Evangelho tem sido pregado além do enriquecimento, o poder de lideranças religiosas, mostrando o contexto que vivemos nos dias de hoje. Esse tipo de música é algo comum nos trabalhos do Fruto Sagrado, por exemplo, mas mesmo assim o Resgate deixa sua marca na obra. Os arranjos no final da faixa estão excelentes, destacando-se os riffs muito bem executados por Hamilton Gomes, o som pulsante da bateria por Jorge Bruno e a união destes com o arranjo de cordas. Pela sua qualidade realmente necessita ser executada em todas as rádios cristãs do Brasil.

E ainda, com base nesta música, será que a letra desta não pode ser levada para o contexto de nosso meio gospel? Fica então a reflexão.

Uma canção simples, mas com uma letra riquíssima é Inocente. É também a mais curta do disco, cerca de dois minutos. Com uma letra mais vertical, um arranjo básico mostra a proficiência do grupo em letras poéticas. “Se não há sol, se estou só, te enxergar, Quando eu já sei o que eu não sei, te escutar...”

Sempre Tem Uma Assim é uma poesia que trata um tema ás vezes complexo de uma forma simples: a dependência e a necessidade humana de se ter Deus. Destacam-se na melodia os riffs da guitarra e o som da bateria antes do refrão. Excelente.

A décima faixa é uma inversão do contido no final da última faixa. Este Lado para Cima traz uma mensagem totalmente desconexa, mas vale a pena ouvir.

A letra de Quem Sou Eu? lembra um pouco “Em Todo o Lugar”, mas possui claramente suas particularidades. A forma que somos tão indignos perante Deus é o tema central dessa faixa. É mais uma balada.

Para finalizar com chave de ouro, Recomeçar. Aqui o Resgate deixa claro um dos objetivos de seu disco explícito até no encarte: A necessidade de ter Deus no centro de nossa vida e esquecer as coisas terrenas. “Eu coloquei de lado quem merecia o centro/Antes de apagar me lembrei que o sol nasceu pra todos/E é bom saber recomeçar...”

Após ouvir todo este conjunto de faixas, restaram várias conclusões: O grupo caminha cada vez mais para a perfeição, talvez até tenha sido alcançada pelos mais otimistas. Eu atribuo nota dez ao trabalho, porém ainda não está perfeito. Não digo por conta do repertório, até porque neste quesito qualquer canção deste trabalho tem força para ser single, mas o grande ponto fraco da obra é o ostracismo do baixo de Marcelo Bassa. Em cada canção comentei o vocal de Zé Bruno, as guitarras de Hamilton, a bateria de Jorge, mas o baixo continua apagado, até demais para uma banda de rock. Porém, defino este trabalho como uma volta às origens, mas num contexto atual. O Resgate continua firme como nunca trazendo uma música de qualidade após tantos anos.

Numa época onde a música cristã brasileira chega à um momento caótico de repetições e falta de criatividade chega ao mercado um álbum coeso e bem idealizado do início ao fim, desde o projeto gráfico à todas as canções. Outro ponto positivo do disco é a volta da parceria do Resgate com Paulo Anhaia que soube remeter alguns pontos da obra à grandes clássicos do Resgate como os discos “On The Rock” e “Resgate”. Aqui vemos um Resgate mesclando o hard rock e o pop rock com letras simples com grande essência. Posso dizer tranquilamente de olhos fechados que até o momento que faço essa análise é um dos melhores discos de música cristã brasileira do ano de 2012, sem dúvida dentre os três em minha lista pessoal, ocupando o segundo lugar. Compre, ouça o seu e creio que não se arrependerá de ouví-lo.

by: Guia Me

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