Com o apoio de outros grupos católicos, como a Associação Sagrado Coração de Jesus, os devotos de Fátima estão promovendo na internet uma petição contra o financiamento à peca. As adesões neste momento superam a 26 mil.
"Não é lícito ao Estado laico violentar barbaramente a fé de milhões de pessoas, promovendo, com o dinheiro dos contribuintes, o evento blasfemo”, diz a petição.
Acrescenta que o ministério não “teria coragem de promover 1% de algo que criticasse Maomé (ou mesmo Fidel Castro!...)
Embora o cancelamento da concessão da verba inviabilizasse o espetáculo, Marcos Luiz Garcia, 60, coordenador de campanha da Associação Devotos de Fátima, disse que a petição não é um pedido de censura.
"É um direito que temos de pedir que nosso dinheiro não seja utilizado para atacar nossos valores e nossa fé", disse ele à Folha.
Fábia Johansen, 27, integrante da Devotos de Fátima, afirmou que a peça ofende Jesus porque apresenta a história do filho de Deus do ponto de vista de Judas, além de ter coreografias com mulheres seminuas.
Outra ofensa, segundo ela, é mostrar o ator Igor Rikli (que interpreta Jesus) de peito nu e “usando calça jeans”.
O musical com letras de Tim Rice e música de Andrew Lloyd Webber estreou há 43 anos nos Estados Unidos. Na época, houve reação dos religiosos, mas não se esperava que, após tanto tempo, o mesmo pudesse ocorrer no Brasil.
O católico Jorge Takla, diretor da versão brasileira da peça, ficou surpreso com a atitude dos devotos de Fátima, porque, disse, “’Jesus Cristo Superstar’ trata do tema com delicadeza e extremo respeito à Bíblia”.
Nota do Ministério da Cultura, cuja titular é Marta Suplicy, disse que a captação de recursos pelo musical é legítima porque se enquadra como “espetáculo teatral”.
O fundamentalismo dos devotos de Fátima não tem o apoio sequer da Arquidiocese de São Paulo.
O padre Tarcísio Marques Mesquita, porta-voz da entidade, afirmou que a peça não desrespeita a figura de Jesus.
"O musical faz uma atualização da imagem de Cristo, mas é uma ficção que deve ser lida como tal", disse.
"Obras como esta, que trazem questionamentos sobre a fé, nos ajudam a amadurecer. Os religiosos também têm seus questionamentos. A única coisa é que achei aquelas cantorias meio chatas, para falar a verdade."
by: Folha de S.Paulo.
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