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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Mais de um terço dos homens da República Democrática do Congo já cometeu estupro


Maioria dos congoleses entrevistados do sexo masculino diz ter direito a fazer sexo com companheira
Mais de um em cada três homens entrevistados por um grupo de pesquisadores na República Democrática do Congo admitiriam já ter cometido agressão sexual e pelo menos três em cada quatro disseram acreditar que algumas mulheres “que não se vestem adequadamente estão pedindo para ser estupradas”.
Esses dados, assim como as histórias de mais de 1,4 mil congoleses, compõem uma pesquisa desenvolvida em parceria pela rede sul-africana Sonke Gender Justice e pela organização brasileira Promundo sobre as relações de gênero no país africano, considerado pelas Nações Unidas como “a capital mundial do estupro”.
A partir de entrevistas com homens e mulheres, o estudo descobriu que o abuso sexual no país deixou de ser apenas um instrumento utilizado na guerra (1998 – 2003) para ser incorporado no dia a dia dos congoleses. A violação, que atinge pessoas dos dois sexos, ocorre na infância, na adolescência e na fase adulta e em diferentes espaços de sociabilidade, abarcando outras formas de violência que não apenas o estupro.
Professores, pais, familiares, colegas e comerciantes são alguns dos exemplos que aparecem como protagonistas da violência sexual que atinge, em sua maioria, as mulheres.
“O meu marido precisa de sexo. Ele não consegue dormir e então, ele usa muitas drogas e álcool. É muito duro para mim quando ele me faz trabalhar (fazer sexo) toda a noite”, contou a esposa de um soldado. Outra mulher compartilha do mesmo problema em sua relação conjugal: “Quando meu marido não está feliz e bebe muito, ele pode ser muito violento ao fazer sexo. Ele está me batendo muito”.
A grande maioria dos homens afirmou que possui “o direito” de fazer sexo com sua parceira mesmo se ela recusar, de modo que forçá-la a transar não configura estupro. Apenas 12% desses entrevistados admitiram ter obrigado sua namorada ou esposa a ter relações sexuais, enquanto mais da metade das mulheres contaram ter sido expostas a violência sexual. Aproximadamente dois terços dos congoleses concordaram com a declaração: “as mulheres devem aceitar a violência de seu parceiro para manter sua família unida”.
Cerca de 60% dos entrevistados afirmaram que as mulheres “merecem apanhar em algumas ocasiões”; 43% pensam que “se uma mulher não mostra resistência física quando é forçada a fazer sexo, não é estupro”; 28% acreditam que as mulheres, por vezes, querem ser estupradas e 25% disseram que elas podem gostar do estupro.
Um em cada três dos homens entrevistados também endossou a visão de que “a mulher é estuprada porque provocou com sua atitude”. “Quando uma garota está pedindo por água daquela maneira, ela quer sexo”, disse um comerciante se referindo a uma cliente de 18 anos que queria comprar água. “Então, eu a levei para o meio da loja. Eu acho que ela gostou porque o corpo dela me deixou penetrar”, acrescentou ele, explicando o estupro.
A pesquisa pode não parecer novidade uma vez que o alto índice de ocorrência de estupro na Republica Democrática do Congo já é mundialmente conhecido. A ONU estima que, desde 1998, pelo menos 500 mil mulheres foram violentadas no país. “O mundo inteiro sabe que existe muita violência sexual aqui, nós queremos saber as razões”, disse Henny Slegh, um dos coordenadores do estudo.
Com entrevistas em profundidade e discussões em grupos focais, os pesquisadores tentaram compreender as opiniões por trás da violência sexual e estabelecer as explicações para a alta incidência. De acordo com o relatório, a guerra e as suas consequências bem como a convivência familiar e comunitária configuram possíveis causas.
Muitos dos entrevistados assistiram por toda a sua juventude sua mãe apanhar de seu pai, foram estuprados em suas escolas por professores e colegas como também dentro de suas casas por familiares e até mesmo, nas igrejas. A pesquisa também afirma que a presença da violência como punição no crescimento dos congoleses está vinculada ao abuso sexual

Para ler o documento completo, clique aqui.


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